Um joia rara de brechó

Em seis anos de garimpagem, já encontramos MUITA coisa legal. Peças incríveis de diferentes décadas, modelagens inacreditavelmente complicadas que não são mais produzidas pela indústria atual, tecidos minuciosamente trabalhados, recortes e mix de materiais diferentes e inusitados, estampas maravilhosas, tricôs feitos à mão, peças únicas e especiais.

Para cada uma delas nos perguntamos: de onde será que veio? quem usou? quem produziu? quando? porque descartou?

As peças de brechó carregam histórias sobre pessoas, lugares, tempo. E vivenciar isso é maravilhoso, é onde está a paixão pelo que fazemos. Passamos horas procurando nas etiquetas de fabricação da peça alguma identificação, algo que nos conte mais sobre ela. Nem sempre encontramos, mas quando acontece é sempre uma boa surpresa.

Eis que, em nossa última viagem para Buenos Aires, me deparo com essa jaqueta inacreditável. As cores, a modelagem, os recortes, o tecido totalmente impermeável, o forro de telinha pink, absolutamente tudo me encantou. Garimpei na mesma hora! Mas a melhor parte ainda estava por vir. Na hora de realizar o cadastro da peça e procurar informações, eis que descobrimos detalhes super bacanas: um capuz quase imperceptível, devidamente escondido na parte traseira da gola (que você só usa se quiser) e um compartimento interno onde você pode guardar toda a jaqueta, transformando-a e em uma pochete!

Já tinha sido amor à primeira vista, depois dessa eu fui à lona, foi K.O.!

Fomos procurar então saber mais sobre a marca dessa peça incrível. Descobrimos que a K-Way foi criada em Paris, em 1965, por Leon-Claude Duhamel. Em um dia chuvoso, ele observou as pessoas atravessando as ruas de Paris com muita dificuldade para se manterem secas e decidiu criar uma jaqueta simples e unissex, de nylon, com um bolso na frente. O bolso, embora conveniente para manter chaves e carteiras secas, também permitia que a jaqueta se encaixasse em si mesma. Aumentando ainda mais a funcionalidade da peça, Duhamel adicionou uma faixa elástica ao bolso, permitindo que o casaco embalado fosse usado em torno da cintura.

Ele chamou a jaqueta de “En cas”, o francês para “no caso”, que faz alusão tanto à probabilidade de chuva, quanto ao bolso auto-acondicionável. “En cas” evoluiu logo para “En-K”, um apelido que foi modificado para atrair um público mais amplo e internacional. Em seguida, tornou-se “K-Way”, pois a pronúncia americana foi considerada pela marca a escolha perfeita para uma jaqueta esportiva que maximizava a liberdade e a mobilidade. E hoje, mais de 50 anos depois, eles continuam produzindo capas de chuva lindas, práticas e super modernas.

Pelas informações que conseguimos com a proprietária do brechó onde a garimpamos, e com as etiquetas de identificação da peça, esse achado data da década de 80 – e só poderia ser, né mores?

Porém, para me certificar disso, entrei em contato com a marca. Ainda não recebi uma resposta, mas assim que isso acontecer, editarei o post com a informação quentinha!

Algumas informações importantes

Essa peça única está à venda na nossa loja online. Você pode ver mais detalhes e realizar a compra clicando aqui!

Essas fotos maravilhosas são do nosso querido fotógrafo do coração, Guilherme Dimatos, com beauty da deusa Vanessa Neto, produção e styling meus e da maravilinda Kariene Gava Wendhausen, com a participação especial da modelo arrasadora, linda, espetacular Karine Padilha, que é nossa parceira desde os primeiros passos do Garimpário. Pra ver o editorial completo clica aqui, que você não vai se arrepender!

Meu nome é Emanuele, e eu sou brechozeira.