Como Tudo Começou

Apesar do nome, Pierre Cardin na verdade nasceu chamado Pietro Cardine, em 1922 na Itália, e foi levado à França com apenas dois anos de idade, onde mais tarde se naturalizou.

O estilista possui um repertório profissional que faz jus à fama: começou a trabalhar como alfaiate com apenas 14 anos de idade no interior da França e em 1944 foi contratado na Maison da renomada estilista Madame Paquin, onde desenvolveu o figurino do filme A Bela e a Fera (1946).

Depois da Segunda Guerra Mundial, se mudou para Paris onde trabalhou com grandes nomes como Elsa Schiaparelli e Christian Dior – o famoso tailleur Bar de Dior, tem dedo de Cardin. Em 1950 o estilista abriu sua própria marca e poucos anos mais tarde se entregou à Alta Costura. Sua estética futurista e espacial se tornou ícone de um tempo, revolucionando a indústria com sua moda unissex.

Estilista de Vanguarda

Também foi pioneiro no Prêt-à-Porter (a roupa pronta para usar, ao contrário do sob medida), sendo o primeiro da câmara da alta costura parisiense a abraçar esse segmento em 1959. Tratava-se de uma visão bastante estratégica, uma vez que as lojas de departamento traziam muito mais lucro e permitiam que ele se arriscasse mais artisticamente na Alta Costura.

O vanguardismo de Cardin quebrou barreiras fronteiriças. Foi o primeiro estilista ocidental a desfilar na China, em 1979, também foi o primeiro a colocar uma modelo japonesa em passarela ocidental e chegou a criar até para a NASA. Que a cultura francesa teve grande influência no Brasil, não é novidade. Mas o que pouca gente sabe é que Pierre atuou como professor convidado no primeiro curso de design industrial da América Latina, chamado Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI) na Universidade do Rio de Janeiro.

Suas relações com o Brasil

O estilista, que também é ator e dançarino, atuou no filme brasileiro Joana a Francesa (1973). Sua paixão pela atuação e pelos figurinos o levou a investir em teatros, dentre os quais o Espaço Cardin escolhido como venue para mostrar algumas de suas coleções. Cardin também foi proprietário de restaurantes e hotéis ao redor do mundo e a decoração de seus ambientes sempre foi um item de grande notoriedade, graças ao seu apresso pela arquitetura. 

Não bastando o grande sucesso alcançado na alta costura, o estilista também ficou conhecido como o Rei dos Licenciamentos. Ele colocou seu nome não somente em roupas, como também em perfumes, acessórios, sapatos, latas de atum, água e até frigideiras! Foram mais de 800 licenciamentos em 140 países, incluindo o Brasil.