Olá, garimpetes! Quem ama um brechó, ama uma boa história, é ou não é?! Com a gente, não é nadinha diferente. Somos movidos pelas histórias de cada garimpo que encontramos e, quando uma relíquia bate em nossa porta, queremos saber tudo e mais um pouco sobre ela. Pra quem ainda não sabe, desde o momento em que a peça é garimpada até ela chegar perfeitinha aqui no site pra vocês, rolam diversos processos que garantem a qualidade da peça e da sua divulgação, e um (importantíssimo) deles é o cadastro, onde a gente faz aquela super descrição falando sobre as características físicas de cada garimpo e uma pesquisa sobre a história da marca, da peça e o que mais encontrarmos. É uma etapa trabalhosa e minuciosa, que traz muitas surpresas. E dessa vez não foi diferente: quando chegou a hora da nossa Jaqueta de Couro da Ruff Ryders, descobrimos que uma peça que já era incrível, possuía uma trajetória enorme!

Por isso, pegamos o nosso casaco do FBI Brechozeiro e começamos a escavar as profundezas do Google. Fazendo um breve resumo: essa jaqueta é parte de uma coleção exclusiva de lançamento do disco de Hip Hop Ryde Or Die Vol. 1, feito pela gravadora Ruff Ryders, onde seus principais artistas se juntaram e lançaram um mega disco cheio de hinos do Hip Hop dos anos 90. Encontramos artigos, vídeos, relatos, discografias e até um documentário! Foi tanta coisa legal, que nos sentimos na obrigação de contar tudo isso para vocês. Então pega a pipoca, dá play nas melhores músicas da gravadora e bora lá!

ONDE TUDO COMEÇOU

Anos 70, região sul do Bronx, Nova York. Seis irmãos de classe média crescem em um dos bairros mais perigosos da cidade. Após o divórcio dos pais, o padrão de vida que eles conheciam cai muito, e a mãe, que ficou com todas as crianças, trabalhava incansavelmente para manter todos. Porém, nem tudo são flores. Ela perdeu emprego, o apartamento que morava, e teve que mandar os três filhos mais novos, Joaquin “Waah”, Darrin “Dee”, e Chivon Dean, para morar com a avó na Filadélfia. Com a morte da avó, anos depois, Darrin e Joaquin voltam a morar com o pai nos Yonkers, bairro também muito afetado pelas drogas e pela criminalidade.

Lá, os dois meninos se envolveram com gangues, drogas e roubo, o que os levou à prisão por 3 anos. Após a saída, eles não possuíam nenhum tipo de suporte, o que fez que a reincidência no crime fosse a única opção que eles viam para se manter. Assim, eles começaram a vender crack, uma novidade que estava explodindo em todos os lugares da época. Eles ganharam muito dinheiro, mas após Waah levar um tiro e ficar com a bala alojada no coração, eles decidem mudar de vida.

Na mídia, os rappers Heavy D, CL Smooth e Puffy (também conhecido como P. Diddy) estavam fazendo muito sucesso. O passado dos três astros era muito parecido com o da família Dean, e ali, Waah e Dee enxergam uma forma de ganhar dinheiro trabalhando de uma forma legal: com música, especialmente, com o hip hop.

PRIMEIROS PASSOS

Waah era amigo dos irmãos do Heavy D, e dessa forma, conseguiu conversar com o rapper pessoalmente dizendo que queriam entrar na indústria. Heavy D falou que, se eles tivessem algum artista bom era só avisar, porque ele estava atrás de novos talentos. Naquela hora, um amigo que estava presente no momento entregou a fita com a música “Three Little Pigs” cantada por Earl Simmons, que possuía o pseudônimo de Dark Man X. Após ouvirem a fita, Waah e o amigo correm para a casa do DMX e pedem para que ele aceite tentar a carreira na música, porém, o passado de Earl torna as coisas um pouco mais difíceis.

Antes de ser um Ruff Ryder, os R’s já faziam parte da vida de Earl, que os tinha como sua fama inicial por Rap e Roubo. Mesmo sendo muito talentoso, a infância conturbada o levou para as ruas, e lá ele aprendeu muito sobre as duas áreas, até que os irmãos Dean entram na sua vida e a sua carreira começa.

Os irmãos Dean, fundadores da Ruff Ryders Entertainment, em uma foto de família.
Chivon (atrás), Waah (esquerda) e Dee (direita), fundadores da gravadora
Rap e Roubo foram os 2 R's que precederam a carreira de fama de DMX

CALÇADA DA FAMA: Os Grandes Astros da Ruff Ryders

O nome inicial da gravadora era Special Effects, mas eles sentiram que não estava colando muito com o estilo e com o direcionamento da empresa. Um dia, Sara Dean Adams e Waah estavam assistindo o filme Posse – The Untold Story of The Wild West e comentou com o filho que eles eram durões, assim como os três irmãos. Waah Concorda, e complementa que são “condutores durões, que ou cavalgam, ou morrem”. Tudo isso, traduzido para o inglês, faz nascer o nome Ruff Ryders – Ryde or Die.

DMX (1997) por Jonathan Mannion

DMX

Earl “DMX” Simmons começou sua carreira na música como beatboxer para o rapper Ready Ron, que foi o primeiro exemplo positivo que Earl teve em sua vida, até que, com 14 anos, Ron o apresentou às drogas. Ali, DMX desenvolveu um vício em crack cocaína, que o acompanhou por toda sua carreira.

Após ser preso duas vezes, ele começou a escrever suas próprias letras no cárcere, levando o rap mais a sério e dedicando quase todo o seu tempo livre a escrever músicas. Ao ser solto, começou a produzir e vender suas próprias fitas, onde ele tocava batidas de outras músicas e as vendia nas esquinas, montando uma base de fãs por toda NY. Após conseguir gravar suas demos, assinar contrato com uma gravadora e com a Ruff Ryders, ele emplacou 5 álbuns platinados de 1998 até 2003, que já lançaram no topo da Billboard em vendas. 

A trajetória dele dentro da Ruff Ryders é cheia de polêmicas e hits de sucesso, e fica claro no documentário Ruff Ryders Chronicles (infelizmente sem legendas) que um não teria chegado tão longe sem o outro. DMX ajudou a RR a se consagrar como um lar de sucesso para novos artistas, e incorporou gostos do rapper no seu lifestyle, como os pittbulls, grande paixão do cantor.

Alguns dos seus sucessos são hinos do Hip Hop até os dias de hoje, como Party Up (up In Here), Where The Hood At e X Gon’ Give It To Ya.

EVE: Ruff Ryders First Lady

Tenho certeza que pelo menos uma música dela você já ouviu. Let Me Blow Ya Mind, parceria com a Gwen Stefani, fez um sucesso enorme no início do novo milênio, e rendeu até um Grammy para as cantoras. Mas além de hits e uma carreira de muito sucesso, a história de Eve teve muitos percalços antes de chegar no topo.

Ela começou a atuar como rapper em um grupo juvenil chamado DGP, com 12 anos de idade. No ensino médio, ela começou a frequentar batalhas de rap e, inspirada por grandes nomes como Queen Latifah e Salt’n Peppa, que traziam feminilidade para o gênero sem perder o swag. Seu primeiro contato real com a indústria fonográfica foi quando Dr. Dre decidiu assinar um contrato com ela para produzir seu primeiro álbum. Porém, o início das gravações nunca chegaram, e a sua impaciência e a chegada do Eminem na gravadora fizeram o contrato ser encerrado.

Quando ela voltou para sua cidade natal, o seu empresário a levou para conhecer os Ruff Ryders em Nova York. Lá estavam os irmãos Dean, DMX e os The Locks esperando por ela. A política da gravadora, que trazia muito das suas raízes para o negócio, era que o contrato só seria assinado se ela ganhasse uma batalha. Ela não só ganhou de todos eles, como se definiu como um “pittbull de saia”, e todos concordaram, pois a determinação e a força bruta que ela entregou na batalha a fizeram ganharam o contrato, e sua estreia foi no Ryde or Die vol 1, participando de várias faixas do álbum, Em 1999, emplacou o seu primeiro álbum “Let There Be Eve…Ruff Ryders’ First Lady” com dupla platina e no topo da Billboard.

Dali em diante, foi uma carreira de muito sucesso com 4 anos e 3 álbuns muito bem colocados nas charts mundiais, e a consagração como a “primeira dama” da Ruff Ryders.

A primeira dama da Ruff Riders
Eve (1998) por Jonathan Mannion

RYDE OR DIE VOL 1.

O álbum de compilação de todos os artistas assinados sob a Ruff Ryders foi, além da estreia de Eve, o jeito que eles econtraram de lançar a sua marca com força total, definindo seu estilo e dando visibilidade para os seus artistas. Como era um momento muito importante, além das músicas, eles investiram em um marketing pesado, que divulgava também o lifestyle que DMX e os The Locks já traziam nos seus clipes.

Roupas com a logo bem marcante, carros de luxo e motos esportivas customizadas eram o foco principal, e é aí que entra a nossa jaqueta! (Eu avisei que a gente aaaama contar uma história, então me dá um descontinho) Junto com o laçamento do álbum Ryde or Die Vol.1, foi lançado uma coleção de roupas comemorativa, com edição limitadíssima, e adivinha quem estava entre elas?

Sim, a nossa jaqueta de couro Ryde or Die fez parte do merch vendido no lançamento do álbum, e tinha como público alvo os motoqueiros que adotavam o lifestyle. Isso quer dizer que essa belezinha possui pelo menos 22 anos de idade. Ou seja: vintage de carteirinha! Em perfeito estado, ela surgiu no nosso estoque como mais um garimpo incrível que encontramos, mas ela virou o nosso mundo de cabeça para baixo com tanta história.

E quando a Ruff Ryders passou pelo baque que a internet causou na indústria musical na virada do milênio, diminuindo a venda de álbuns por conta da pirataria de MP3 (quem lembra do 4shared?), esse lifestyle que começou a ser disseminado no Ruff Ryders Anthem assegurou alguns anos a mais para a marca. Demais, né?

A Ruff Ryders Lifestyle não é apenas um clube de motociclistas, um clube de automóveis ou uma organização só para vestir a camisa. Ruff Ryders Lifestyle é uma atitude e um estado de espírito. Seus membros estão determinados a representar sua família RR de maneira positiva e motivadora. Alguns representam por meio de stunts, corrida, construção de carros/motos de exibição, ou mesmo por fitness ou estilo urbano… Mas cada membro da Ruff Ryder Lifestyle que veste a marca RR representa sua família com orgulho, postura e atitude.

Um achado desses, só por aqui mesmo, né?! Pra você ter ideia da relíquia que é essa peça, uma t-shirt vintage de algodão da marca chega ao valor de 125 dólares, que chega a mais de R$ 700,00. Já imaginou o valor de uma jaqueta de couro legítimo dessas, então?! Depois de conhecer essa história toda, nem sabíamos como mensurar o valor dessa peça em um número, porque tanta bagagem assim é inumerável!

Não conseguimos encontrar nem mesmo um exemplar dela na internet, e no próprio documentário da história da marca, uma peça muito parecida com ela aparece em um frame, que você confere ao lado. Por isso, já alertamos que essa é uma peça de colecionador real oficial e um tesouro desses não passa duas vezes!

Frame com um bordado similar ao nosso tesouro

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Ruff Ryders: o retorno

Após pararem de investir na música e continuarem promovendo o lifestyle da marca, os irmãos Dean focaram na suas suas famílias por mais de 15 anos. Em 2017, eles decidiram fazer uma tour de retorno com alguns dos seus grandes nomes: Eve, DMX, The Lox, Drag-On e Swizz Beats.

A tour foi planejada para 20 shows de grande porte, mas a Live Nation (produtora de eventos responsável pela tour de muitos artistas) não tinha certeza no retorno que ela poderia trazer, afinal, os artistas não tinham destaque há mais de uma década. Foram feitos 3 shows testes, onde eles deveriam lotar todos para realizar os outros 20, e assim eles fizeram. Foram shows no Barclay Center, Foxwood Casino e em Antlantic City, todos lotados. A tour estava programada para iniciar, quando DMX foi preso por sonegação fiscal, e por isso, ela foi paralisada.

O legado que a Ruff Ryders deixa, além de hits e a força de um movimento que hoje ganha todas as plataformas, é a união e o fortalecimento das raízes. Em todas as premiações, shows e tours, eles faziam questão de lotar aviões e ônibus com amigos e conhecidos, para que estes tivessem acesso a coisas que eles próprios não tiveram por crescer em um local difícil. E eles prezavam, mais do que tudo, pela proteção dos seus. É o que muito dizem no documentário que assistimos, que foi o que permitiu muitos deles saírem das ruas e ganharem o mundo.

Se você se interessa pela história dos nossos garimpo, clique aqui para conferir todos os nossos posts sobre o tema!

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