Um novo e-mail chegou na nossa caixa de entrada. Mas não um e-mail rotineiro sobre rastreamento de entregas, preços, tamanhos, ou – o que mais enche as caixas de e-mail hoje em dia – parcerias com influencers. Era um e-mail sobre um achado arqueológico que faria as palmas das nossas mãos garimpeiras suarem, nossos corações brechozeiros baterem mais forte, nossa boca disseminadora da palavra do vintage berrar de alegria. Era um e-mail sobre 120 camisas originais de 1980!
Ariane Asso, a remetente da maravilhosa mensagem, nos escreveu para contar que encontrou no Bazar – há muito fechado – de um parente de seu marido, nada mais nada menos que 120 (c-e-n-t-o-e-v-i-n-t-e) camisas intocadas datadas de 1980. Como sabemos que elas são deste período? Teste de carbono? Não! É mais genial ainda: a Ariane encontrou 100 cruzeiros no bolso de uma das peças e ligou os pontos.
E não acaba por aí a notícia boa!
A Ari escreveu pra gente justamente porque escolheu o Garimpário para vender essas relíquias fashionistas. E é claro que a gente aceitou e hoje essas peças, que vieram diretamente de 1980, do Bazar dos parentes da Ariane, para deixar nossos closets mais estilosos – e nos dar um empurrãozinho para consumir com consciência -, estão disponíveis na nossa loja virtual (cooorre).
Ficamos tão empolgados com esse garimpo fabuloso, que pedimos pra Ariane nos contar a história do Bazar e das camisas tim tim por tim tim, afinal, descobrir a procedência dos garimpos nem sempre é fácil, mas quando alcançado tem um gostinho todo especial. É tipo a cereja do bolo para os brechozeiros, o que transforma os achados em achadões. Como era de se esperar, o que ela contou deixou as peças ainda mais interessantes e a gente compartilha aqui com vocês, óbvio. Espia:
A história das 120 camisas originais de 1980 e do Bazar Paulista, na cidadezinha de Centenário do Sul, Paraná
Na pequena cidade de Centenário do Sul, Paraná, o senhor João Alves da Silva Neto, bisavô do marido da Ariane, fundou em 1950 o Bazar Paulista, protagonista desta história.
Após o falecimento do seu João, o senhor Acyr de Castro Alves, vô do marido da Ariane, assumiu o empreendimento e fez algumas mudanças. Foi assim que o Bazar Paulista passou a vender de tudo um pouco: artigos de papelaria, presentes, calçados e roupas. Tipo de comércio bastante tradicional daqueles tempos.
O Sr. Acyr, junto com a Ariane, claro, é um dos grandes responsáveis pelas camisas chegarem até a gente. É que ele acreditava que estoque recheado era sinônimo de dinheiro e, por isso, mantinha o estoque do Bazar sempre abarrotado de peças. Só que o seu Acyr não contava que com a chegada dos anos 90, marcas gringas entrariam no mercado brasileiro e ficaria mais difícil escoar a mercadoria que armazenou no decorrer dos anos. Uma coisa levou a outra e, para azar do Sr. Acyr e sorte nossa, as camisas ficaram encalhadas.
Relíquias encontradas
Em 2001, o seu Acyr faleceu e deixou o bazar nas mãos do sogro da Ari, Sr. Domingos Roberto Fachini. Em 2014, nossa mensageira maravilhosa, Ariane, prestes a se graduar em Moda, decidiu basear seu trabalho de conclusão de curso nos aviamentos vintage que garimpou no Bazar Paulista. De cabeça na pesquisa, ela encontrou várias outras relíquias, entre elas as nossas 120 camisas da década de 80.
Há uns dois anos, o sogro da Ari faleceu e o Bazar foi passado para uma nova direção, que administrou o negócio por cerca de um ano. Depois disso, a loja fechou e, desde então, permanece fechada.
Este ano, Ariane decidiu, então, nos enviar o dito e-mail caído do céu. E aí, conversa vai, conversa vem, alinhamos tudo e, junto com as camisas, ela também nos enviou três malas e vários aviamentos vintage que encontrou durante sua imersão no estoque do Bazar. Com as malas estamos preparando uma surpresa para os nossos clientes, já os aviamentos usaremos para reformar roupas que precisem de novos botões.
Se antes, só olhando pras camisas de estilo oitentinha, já era impossível não desejar uma a uma, agora, sabendo de toda essa história por trás das peças, você TEM-QUE-TER um item pra chamar de seu, né não? Então corre pra nossa loja virtual e compre agora!
Meu nome é Cassia Guerra, e eu sou brechozeira!